Política

Rui Machete avisa que portugueses envolvidos no Estado Islâmico são terroristas

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, avisou hoje que os portugueses que participem em ações do autoproclamado Estado Islâmico serão considerados terroristas e que o seu envolvimento no grupo jihadista não pode ocorrer «de ânimo leve».

«É muito importante alertar os portugueses e as portuguesas de que este fenómeno, do grupo radical Estado Islâmico, não é uma brincadeira, é uma coisa muito séria, e não podem, de ânimo leve, fazer uma viagem à Síria e participar em operações, porque são operações de terrorismo, comandadas por assassinos que praticam crimes hediondos», declarou o governante português aos jornalistas, em Lisboa, falando à margem da primeira gala Portugal-China, promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa.

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, «é muito importante que as pessoas percebam a gravidade desses eventuais atos e compreendam que passam a ser consideradas como terroristas».

«Evidentemente não é de ânimo leve que uma pessoa pode iniciar uma aventura destas. Isto não é uma viagem de turismo», alertou.

Questionado sobre se houve algum desenvolvimento na situação de cidadãos nacionais que tenham estado envolvidos com o designado Estado Islâmico (EI) e que pretendam regressar a Portugal ,como Rui Machete anunciou na semana passada, , o ministro respondeu: «Aí, não tenho nenhuma informação que possa dar sobre o assunto».

Sobre a sua audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades, marcada para o próximo dia 11, pedida pelo PS, a propósito das declarações que fez sobre o envolvimento de portugueses nas atividades deste grupo extremista, o governante voltou hoje a desvalorizar a polémica.

«O problema foi fazerem uma tempestade num copo de água, visto que eu não disse nada de novo», declarou, acrescentando que a reunião da comissão vai decorrer à porta aberta, como tinha proposto, porque não estão em causa "informações sigilosas".

Machete reiterou hoje que nas suas declarações, feitas na semana passada numa entrevista, se limitou a «repetir coisas» que haviam sido «publicadas em vários jornais portugueses, antes».

Instado a comentar se as suas afirmações poderão ter colocado portugueses em risco, o ministro disse que «se ficarem em risco, já tinham ficado com as declarações que tinham sido feitas anteriormente» nessas publicações.