Paulo Macedo considerou hoje natural a saída de médicos de família para países como a França, onde os ordenados rondam os 15 mil euros mensais, uma vez que o mercado de trabalho é internacional.
A falta de clínicos em França ou na Irlanda está a levar aqueles países a recrutar profissionais portugueses, oferecendo-lhes cerca de 15 mil euros mensais, quando em Portugal o salário destes profissionais em início de carreira é de 2.746 euros brutos, revela a edição de hoje do Diário de Notícias.
Questionado sobre esta situação, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, defendeu que o mercado de trabalho de «qualquer profissão diferenciada, das pessoas com competências específicas, (...) é o mercado internacional», lembrando nomes de profissionais que foram trabalhar para fora «e regressaram como mais-valias», como João Lobo Antunes, Manuel Antunes ou Sobrinho Simões.
Paulo Macedo, à margem da cerimónia de tomada de posse do novo conselho diretivo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), defendeu ainda que «ovalor que nós pagamos aos nossos médicos, quer quando acabam a licenciatura, quer quando acabam a especialidade, é do valor mais alto que pagamos a qualquer licenciado em Portugal. (...) À saída da faculdade, no Estado e mesmo no sector privado, em muitos casos, ninguém paga valores tão elevados como nós pagamos aos médicos. E também, ao fim de quatro anos, são dos valores mais altos que qualquer licenciado ganha em Portugal».
O ministro reconheceu que possam existir «eventuais problemas de remuneração dos médicos, mas em graus e outros níveis de experiência na carreira».
«Obviamente que nós temos como objetivo fixar um conjunto de médicos em Portugal e inclusive temos o caso de vários médicos que foram estudar para o estrangeiro e estão a voltar para Portugal para fazer a sua formação», afirmou.