O capitão do ferry sul-coreano que naufragou em abril deste ano, acusado de abandonar 300 passageiros, foi condenado a 36 anos de pena de prisão. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer.
O Ministério Público da Coreia do Sul não ficou satisfeito com as penas aplicadas aos membros da tripulação do ferry que naufragou em abril, incluindo o capitão.
Lee Joon-Seok, 69 Anos, escapou da pena de morte, pedida pelo Ministério Público, mas vai passar os próximos 36 anos na cadeia. O julgamento do capitão do ferry que naufragou na Coreia do Sul, em abril, foi hoje condenado ao fim de cinco meses de julgamento.
Dos 476 passageiros a bordo da embarcação, 304 morreram, incluindo 250 alunos da mesma escola.
O capitão do ferry abandonou o navio logo após o naufrágio, que ocorreu a 16 de abril ao largo da península coreana, enquanto centenas de pessoas ficaram presas no interior.
Durante o julgamento, Lee Joon-Seok reconheceu que «merecia» a pena de morte, mas disse também que não tinha a intenção de sacrificar a vida dos passageiros.
«Eu estava muito assustado, mas fui incapaz de fazer qualquer coisa. Não tomei as medidas adequadas, o que levou à perda de muitas vidas preciosas». Lee Joon Seok acabou por ser condenado por negligência.
O engenheiro-chefe do ferry foi também considerado culpado de homicídio por não ajudar dois colegas membros da tripulação feridos e acabou por ser condenado a 30 anos de prisão.
Um vídeo da tripulação a abandonar o navio depois de instruir os passageiros, na maioria adolescentes, para permanecer nas suas cabines causou indignação na Coreia do Sul, que pedia uma pena severa para os culpados do acidente.
O tribunal considerou, ainda, os restantes 13 membros sobreviventes da tripulação culpados de várias acusações, incluindo negligência. Vão cumprir penas de prisão que variam entre 5 a 20 anos.
Poucas horas depois de terem sido conhecidas as sentenças, o Ministério Público sul-coreano anunciou que vai recorrer de todas as sentenças.