O consenso com a oposição em torno da reforma do IRC foi hoje destacado pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, que pediu também ao próximo Governo que mantenha a ênfase no trabalho já desenvolvido nesta matéria.
«É muito importante que o Estado português confirme aquilo que disse em todo o mundo, a todos os investidores: nós vamos reduzir faseadamente o IRC. Fizemo-lo no primeiro ano, fizemo-lo no segundo ano e continuaremos a fazê-lo mediante um acordo consensual de que a questão do IRC não é uma questão nem de direita nem de esquerda, é uma questão de competitividade entre nós e outros», defendeu Paulo Portas na intervenção de encerramento da conferência "Empresas na Caixa", no Porto, uma parceria Caixa Geral de Depósitos, Dinheiro Vivo, DN, JN e TSF.
«Considero muito importante a reforma por consenso do IRC. Portugal precisava de reduzir entre 8 e 10 pontos a taxa de IRC. Com a troika no nosso país, isso não era possível nem razoável, de uma vez só. Conseguiremos reduzir progressivamente o IRC num quadro plurianual. É muito importante que o Estado confirme aquilo a que se comprometeu», disse.
Perante uma plateia de empresários, Paulo Portas insistiu na ideia de que a ideologia não pode sacrificar a economia. «Em economia aberta, ou o investimento é feito em Portugal ou vem para Portugal, ou nós estaremos a financiar a criação de riqueza e a criação de postos de trabalho noutros países. É uma atitude pouco eficiente e sobretudo é sacrificar a economia à ideologia», sublinhou.
Paulo Portas disse ainda que o país tem de continuar a criar condições para que as empresas continuem a crescer.