Política

Maioria aprova conferência para concretizar audição pública sobre dívida

Assembleia da República Global Imagens/Orlando Almeida

A maioria acusa o Partido Socialista de querer «instrumentalizar» o Parlamento, ao querer prolongar o debate da reestruturação da dívida no tempo, até ter uma ideia sobre a reestruturação. A posição foi manifestada aos jornalistas no final da conferência que juntou os líderes parlamentares.

No final do encontro, social democratas e centristas anunciaram que o modelo de debate da reestruturação, na Assembleia da República (AR), passa por uma conferência com especialistas nacionais e internacionais e por um debate temático com o Governo.

No entanto, os socialistas falam de cobardia e dizem que a maioria está a tentar limitar o debate. O PS quer alargar o debate sobre a reestruturação da dívida até ao final de janeiro e acusa a maioria de querer retirar importância do debate ao transformá-lo, diz Marcos Perestrello, numa simples conferência.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PS salienta que PSD e CDS já tinham aprovado a discussão, mas que revelam agora falta de coragem.

Já o PSD sublinha que se trata de uma conferência parlamentar com convites a personalidades nacionais e internacionais e a realização de um debate temático com a presença de todos os ministros e de Pedro Passos Coelho. O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, acusa por isso os socialistas de estarem à procura de ganhar tempo até terem uma posição definida sobre a reestruturação da dívida.

Uma falta de decisão que, sublinha a maioria, revela a irresponsabilidade dos socialistas que, já garantiram, vão utilizar todos os mecanismos à disposição para prolongar o debate.

Pelo PCP, João Oliveira acusou o PS de não saber o quer a discussão pública por não saber também o que quer da renegociação da dívida. Pelo CDS, Nuno Magalhães insistiu que os socialistas querem instrumentalizar o parlamento para protelar o debate.

No final da reunião, Luís Montenegro foi ainda questionado sobre a reunião entre a bancada da maioria e a bancada do PS para discutir a reforma do IRS e a chamada fiscalidade verde. O líder parlamentar social democrata diz que, apesar de ter ficado agradado com a disponibilidade dos socialistas, tem observado alguns «sinais contraditórios» por parte dos responsáveis do PS, em particular de António Costa, que acusa mesmo de «arrogância e fraqueza política».