Política

Costa admite erros do anterior governo PS, mas diz que houve visão para a qualificação

António Costa Lusa/Carlos Santos

Durante uma intervenção no Congresso da JS, o secretário-geral do PS falou ainda de investimento estrangeiro para dizer que não se trata só de vistos gold e privatização de empresas.

O Secretário-geral do PS, António Costa, admitiu hoje em Tróia que o último Governo do PS pode ter cometido muitos erros, mas teve «uma visão acertada para a qualificação e modernização do país».

O líder socialista, que falava no XIX Congresso da JS, em Tróia, concelho de Grândola, no distrito de Setúbal, salientou o trabalho desenvolvido pelo anterior governo do PS na qualificação das novas gerações, na investigação científica, na inovação tecnológica e na modernização das empresas e administração pública.

«Foi graças a essa ambição que entre 2005 e 2011, a população, entre os 30 e os 34 anos, com formação superior, subiu de 17 para 26%. Esse foi um esforço que foi feito e que estava a ser alcançado. Tínhamos agora de prosseguir e dar continuidade a esse esforço e subir dos 26 para os 40% a que estamos obrigados em 2020», disse.

Depois de elogiar a visão socialista para a qualificação do país, António Costa criticou o alegado «retrocesso» dos últimos três anos de governação PSD/CDS na qualificação do país.

«E o melhor sinal que temos é a diminuição das matrículas do ensino superior, que caíram 19% ao longo destes três anos, o que significa menos 25 mil estudantes no ensino superior do que tínhamos anteriormente», acrescentou.

Para António Costa, estes dados significam que o país «está a divergir da Europa», e que não conseguirá voltar a convergir com os outros países da União Europeia «enquanto não conseguir vencer o grande défice das qualificações da população portuguesa, a começar pela atual geração».

O secretário-geral do PS, António Costa, falou também de investimento estrangeiro em Portugal para dizer que não se pode limitar à mobilização de capital para comprar empresas em privatização, nem à troca de vistos gold pela compra de imobiliário.

«Atrair investimento direito estrangeiro é atrair novas empresas, que criem novos postos de trabalho, e sobretudo novos postos de trabalho qualificados, porque nós não temos licenciados a mais, o que nós temos é postos de trabalho de qualidade a menos para os licenciados que temos produzido», defendeu.

Para António Costa, o país precisa de uma nova política ativa de emprego, centrada no desemprego jovem.

«A política ativa de emprego não pode ser simplesmente andar a multiplicar estágios, a multiplicar experiências, a multiplicar aquilo que - como diz Pedro Abrunhosa - é a `geração currículo», disse

«Os currículos são fundamentais, mas só são úteis, só rendem ao país, se se transformarem em emprego, em postos de trabalho de qualidade que contribuam para gerar riqueza para o país», disse, defendendo que é necessário apoiar empresas dos setores mais expostos à competição e as empresas de bens transacionáveis, ajudando-as a melhorar a produtividade e a integrarem jovens qualificados nos seus quadros.