Relatório da Direcção-Geral de Saúde sobre doenças respiratórias conclui que centros de saúde não conseguem detetar os doentes crónicos com asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica.
Portugal tem a taxa de mortalidade por pneumonia mais elevada da Europa. O alerta surge no relatório "Portugal - Doenças Respiratórias em Números 2014". Um documento da Direcção-Geral de Saúde (DGS) que sublinha ainda que não tem parado de aumentar a mortalidade relacionada com estas doenças. E os centros de saúde têm muitas dificuldades em detetar os doentes crónicos.
O relatório explica, por exemplo, que são muito poucos os utentes registados nos Cuidados de Saúde Primários com diagnósticos de asma (1,83%) ou doença pulmonar obstrutiva crónica (0,88%), quando se sabe, pelos dados da prevalência, que estas doenças atingem muito mais portugueses.
O baixo número de espirometrias, um importante exame ao pulmão, é um sinal da «fraca capacidade de diagnóstico» dos centros de saúde, o que «aumenta a probabilidade de internamentos evitáveis». Os números são considerados «preocupantes» no Alentejo e no Algarve.
Este relatório da DGS revela ainda que Portugal é o segundo país da Europa com mais alta taxa de mortalidade por doenças respiratórias e os portugueses são mesmo, de longe, os europeus que mais morrem por pneumonia. Números que já eram altos e aumentaram nos últimos anos. Em 2012, Portugal registou 49,9 óbitos por 100 mil habitantes devido à pneumonia; os países que se seguem na lista são a Holanda e a Polónia com 30,4.
A população mais atingida pela mortalidade por pneumonia tem mais de 65 anos, algo que leva a DGS a dizer que é preciso aumentar a taxa de cobertura vacinal para o vírus da gripe nos idosos e noutros grupos de riscos.
As doenças respiratórias são a terceira causa de morte em Portugal, numa altura em que têm aumentado os casos de doenças respiratórias crónicas.