O presidente do Banco Espirito Santo de Investimento, José Maria Ricciardi, acusou hoje o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, de «infâmia» por este ter sugerido que o primo havia tido uma «contrapartida» após «denúncia» ao Banco de Portugal.
Ricciardi, que está a ser ouvido na comissão de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), sublinhou, que o Banco de Portugal (BdP) ou «qualquer entidade reguladora não faz negociações com administrações de instituições bancárias» e que « falar com o regulador e denunciar situações menos lícitas é uma obrigação de um qualquer membro de uma administração».
«Não basta não ter participado nos atos que eventualmente possam ser considerados eticamente reprováveis ou mesmo ilícitos. É obrigatório quando se tem conhecimento deles não só se opor, fazer exigências para as atas, mas também denunciar os factos que se consideram graves à entidade reguladora», frisou.
Horas antes, Salgado havia dito na comissão parlamentar não querer atacar a sua família, mas realçou perante os deputados que José Maria Ricciardi, seu primo, teve um comportamento «muito curioso» em relação àquilo que deveria quanto a mim ter tido. Certamente se fez alguma denúncia ao BdP é capaz de ter alguma contrapartida por isso. Não sei qual, não quero fazer suposições, mas acho curioso que isso tenha acontecido», realçou o histórico banqueiro do BES.