Economia

Inquérito/BES: Ricciardi diz que é «patético» acusar Banco de Portugal

Lusa/António Cotrim

O antigo administrador do BES José Maria Ricciardi considerou «patético» acusar o Banco de Portugal pelo colapso da instituição, uma ideia defendida pelo seu primo Ricardo Salgado na comissão de inquérito parlamentar.

«Isso é patético. É a última coisa que um supervisor quer, sobretudo, quando se fala de um banco como o Banco Espírito Santo», afirmou José Maria Ricciardi perante a questão, realçando a importância da entidade no contexto português.

E reforçou: «O BdP nunca quis destruir o BES. E se pudesse evitar a resolução, seguramente, o faria».

Já as insinuações feitas por Salgado na reta final da sua intervenção de terça-feira, no parlamento, de que Ricciardi terá tido benefícios junto do Banco de Portugal, dados os alertas que foi fazendo nos últimos meses ao supervisor sobre os problemas que se iam conhecendo no Grupo Espírito Santo, não ficaram sem resposta.

«Eu não estabeleci "trade off" nenhum. A minha idoneidade vem do meu trabalho ao longo de 40 anos», salientou José Maria Ricciardi.

Tal como já tinha afirmado nesta sua audição na comissão de inquérito parlamentar, em intervenções anteriores, mas num tom mais duro, Ricciardi acusou Salgado de adotar uma postura «ditatorial» na condução dos destinos do BES e do GES.