Economia

Setor do turismo apela à desconvocação da greve da TAP

Francisco Calheiros Global Imagens/Júlio Lobo Pimentel

O presidente da Confederação de Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, afirmou hoje ter esperança que a greve de quatro dias na TAP seja desconvocada.

«O pré-anúncio de greve per se já é dramático, mas muito pior do que isso é se a greve vier a verificar-se. E quanto mais depressa, se é que é possível, puder ser desconvocada, melhor para todos. Faço aqui um apelo, todos estamos convocados para que esta greve não vá para a frente porque, de facto, pode ter efeitos perfeitamente nefastos e péssimos para o nosso turismo, para a TAP e para os portugueses que queriam reunir-se nesta quadra», defendeu Francisco Calheiros, à margem das Jornadas de Empreendedorismo, em Lisboa.

Em declarações à TSF, o presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP), admitiu que é difícil quantificar os prejuízos caso a greve não seja desconvocada, mas sublinhou que se trata de «muito, muito dinheiro».

Francisco Calheiros disse que ainda hoje ia falar com a administração da TAP para se inteirar das reivindicações dos 12 sindicatos, que na quarta-feira decidiram avançar com uma greve de quatro dias, entre 27 e 30 de dezembro. Num comunicado conjunto, a plataforma que reúne os 12 sindicatos da TAP referiu que a greve tem como objetivo «sensibilizar o Governo para a necessidade de travar o processo de privatização».

O secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro disse hoje, no Fórum TSF, que a privatização da TAP não é inevitável, mas é considerada crucial para o futuro da companhia.

Sérgio Monteiro esclareceu que o Estado não está impedido de recapitalizar a transportadora aérea para evitar a privatização da empresa, mas o Governo não pode aceitar as regras que Bruxelas define para uma possível recapitalização.

Já o secretário de Estado do Turismo disse hoje que uma greve de quatro dias na TAP seria «uma má notícia para o setor» e que o Governo está empenhado em encontrar uma «consensualização» com os sindicatos.

«Haverá uma reunião amanhã [sexta-feira] no Ministério da Economia, o que significa que estão criadas oportunidades de diálogo e que estamos a tempo de criar pontes de consenso para evitar esta greve, que a confirmar-se será evidentemente uma má notícia para o setor do turismo», afirmou Adolfo Mesquita Nunes, à margem das Jornadas de Empreendedorismo, em Lisboa.