Portugal

Machete: Governo reconhecerá Estado da Palestina em «momento adequado»

Rui Machete Global Imagens/Sara Matos

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse hoje que o Governo português «procurará escolher o momento mais adequado» para reconhecer o Estado da Palestina, como recomendou o parlamento.

A Assembleia da República aprovou hoje por maioria uma recomendação ao Governo para que reconheça o Estado palestiniano, subscrita pelos partidos da maioria e PS.

«O Governo é sensível ao apelo da Assembleia da República e procurará escolher o momento mais adequado para proceder ao reconhecimento do Estado da Palestina de modo a que esse ato possa facilitar a solução que se considera necessária para que israelitas e palestinianos convivam duradouramente de forma pacífica», disse Rui Machete.

O executivo «reafirma a convicção sobre o papel que a União Europeia poderá desempenhar neste processo, de modo a que as negociações sejam finalmente bem-sucedidas», disse. «Portugal é um país amigo quer do povo de Israel quer do povo da Palestina», sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa, para quem a deliberação hoje aprovada pela Assembleia da República «não é contra nenhuma das partes em conflito e, bem pelo contrário, é a favor de uma solução que considera boa para ambas e necessária para assegurar a paz e a segurança naquela região».

O país, acrescentou, «sempre defendeu uma solução de dois Estados, que considera a única via para garantir a paz e a segurança e os direitos fundamentais dos dois povos». Rui Machete aplaudiu ainda «o consenso alargado» entre a maioria e o PS sobre «esta matéria tão relevante da política externa».

No ponto um do projeto de resolução da maioria e da bancada socialista, o Parlamento insta o Governo a «reconhecer, em coordenação com a União Europeia, o Estado da Palestina como um Estado independente e soberano, de acordo com os princípios estabelecidos pelo direito internacional».

O segundo ponto, que defende que o Governo deve, «em conjunto com os seus parceiros da União Europeia e internacionais, continuar a promover o diálogo e a coexistência pacífica de dois Estados democráticos, Israel e Palestina, pois só através de negociações será possível garantir a segurança e a paz naquela região», foi aprovado pela generalidade dos grupos parlamentares.