Política

CDS-PP faz «trabalho de casa» sem pensar em eventuais coligações

Assunção Cristas Global Imagens/Artur Machado/Arquivo

A vice-presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse hoje que o partido está a fazer o seu «trabalho de casa» para 2015, quando se realizam eleições legislativas, descartando abordar eventuais coligações. João Almeida defendeu que é preciso vincar as diferenças em relação ao PS.

«Este não é o momento para essa discussão [coligação]. O momento é de trabalhar as nossas ideias, o nosso programa, aquilo que são as nossas prioridades» e é «imprescindível fazer este trabalho de casa», disse.

Para o CDS-PP, o que «interessa» agora é «identificar os temas de futuro, fazer o trabalho de casa, constituir propostas muito sólidas que, depois, farão parte do nosso programa eleitoral», acrescentou. Assunção Cristas falava aos jornalistas à margem do Conselho Nacional do CDS-PP, que está a decorrer em Elvas no auditório São Mateus, no Museu da Fotografia.

Neste Conselho Nacional, o CDS-PP, decidiu avançar com um gabinete de estudos, aberto à contribuição de independentes, onde sejam tratados os temas do futuro programa de governo do partido.

A pensar nas legislativas, os centristas vão também criar um gabinete de comunicação. João Almeida, um dos responsáveis por este gabinete, defende que é preciso melhorar a comunicação e vincar as diferenças com a governação socialista, em todas as plataformas.

O CDS-PP, admitiu João Almeida aos jornalistas à margem do Conselho Nacional, «sai, essencialmente, desgastado naquilo que teve a ver com a gestão do país em anos muito difíceis, embora não tenha tido responsabilidade na criação das condições para esses anos difíceis». O que «não impede» que o CDS-PP comece a fazer um balanço da governação, «com todo o orgulho e de cabeça levantada».

Para João Almeida, esse mesmo balanço «permitirá, provavelmente, a muitos portugueses» uma reflexão diferente sobre «matérias que foram passando ao longo dos últimos três anos». «E, agora, com o afastamento natural em relação às condições em que vivemos", poderá ser possível "fazer um balanço diferente, principalmente por comparação com aquilo que foi a governação» socialista de José Sócrates e «com ausência de propostas e alternativas para futuro por parte do PS», disse.

Questionado pelos jornalistas sobre se o contrato de confiança que o partido quer preparar é uma «espécie de desafio» ao Conselho Nacional do PSD, agendado para segunda-feira, João Almeida foi taxativo: «De maneira nenhuma».

«O CDS mais preparado e mais forte, numa lógica de articulação com o nosso parceiro de coligação, será sempre um CDS que contribuirá de forma mais positiva para o trabalho que esta coligação fará até ao final da legislatura e para uma eventual discussão futura sobre uma possível coligação», afirmou.