O ministério da Economia vai anunciar que, por agora, não vai avançar com a requisição civil para a greve da TAP. A TSF sabe que Pires de Lima não descarta essa hipótese, mas prefere insistir que nunca sugeriu aos sindicatos a suspensão do processo de privatização da empresa.
A posição do ministério surge poucas horas depois de os sindicatos terem anunciado que vão manter a greve dos dias 27 a 30 de dezembro, na sequência da recusa do Governo de suspender a privatização da transportadora aérea.
Ao final da manhã, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil decidiu abandonar a plataforma sindical da TAP por discordar do documento que foi entregue ao Governo e que «abre a porta» à privatização da transportadora, segundo uma nota interna.
Em causa está a aprovação pelo Governo, no dia 13 de novembro, do processo de privatização da TAP, através da alienação de ações representativas de até 66% do capital social da TAP SGPS.
De acordo com o plano, o Estado ficará com uma opção de venda de até 34% do capital remanescente, ao adquirente na venda direta de referência, caso faça uma apreciação positiva do cumprimento das obrigações pelo mesmo assumidas no âmbito da reprivatização.
Ontem, a plataforma de sindicatos apresentou ao Governo um memorando no qual propôs a suspensão do processo de privatização da companhia e da greve, documento que o ministério da Economia considerou inaceitável.
O memorando contém "um primeiro ponto, entre outros, que não é passível de aceitação pelo Governo, por não cumprir a condição prévia da não suspensão do processo de privatização, comunicada pelo Governo na reunião de sexta-feira e não contestada pela plataforma sindical", argumentou o ministério em comunicado divulgado na segunda-feira à noite.