A União de Associações do Comércio e Serviços de Lisboa manifestou hoje «algum otimismo» em relação às vendas de Natal, mas os comerciantes da Baixa e do Chiado estão preocupados com o fecho do trânsito na Ribeira das Naus.
A presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), Carla Salsinha, prevê que neste Natal haverá um aumento nas vendas entre 20% a 30% em relação ao ano passado.
Depois de os últimos três anos terem sido «terríveis» para o consumo nacional, atualmente existe «alguma estabilidade em termos económicos que leva a que as pessoas sintam mais confiança e mais vontade de poder gastar um pouco mais do que estavam à espera», considera.
Carla Salsinha refere ainda que houve uma alteração no paradigma de consumo no Natal, em resultado destes anos de crise - «as pessoas restringiram a lista» de prendas à família e aos amigos mais próximos.
De acordo com o vice-presidente da Associação Dinamização da Baixa Pombalina, Vasco Melo, o negócio está a correr este ano «razoavelmente bem», mas existe algum receio de que o encerramento do trânsito na Avenida da Ribeira das Naus (entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré) durante as férias escolares possa prejudicar as vendas.
Em relação ao consumo natalício na Baixa, o responsável admitiu que, «provavelmente, será ligeiramente superior ao ano passado, uns 10 a 20%».
O presidente da Associação de Valorização do Chiado, Victor Silva, também considera preocupante o corte no trânsito da Ribeira das Naus, sublinhando que os clientes da Baixa e do Chiado, «se não tiverem estacionamento e se não tiverem forma de chegar aos locais, afastam-se e vão para os centros comerciais».
«Um fraco poder de compra com restrições a nível das acessibilidades nunca nos vai conseguir trazer resultados positivos, portanto as previsões em termos de Chiado para este Natal são de alguma perda face a anos anteriores», afirmou o responsável.
A Avenida Ribeira das Naus está encerrada desde terça-feira e até 5 de janeiro. A autarquia justifica a medida com a crescente procura desta zona da frente ribeirinha, recentemente requalificada, ser cada vez mais procurada por lisboetas e visitantes.
Maria João Bahia, presidente da associação Passeio Público, que reúne comerciantes da Avenida da Liberdade, assegurou que a tendência do consumo de Natal «é sempre bastante positiva», mas não crê que supere o ano passado. «O mercado comum está a mexer, o facto de termos bastante turismo também é dinâmico e ajuda», considerou a comerciante, destacando as atividades culturais como «foco de atração para que haja mais tráfego de pessoas na avenida», que depois acabam por fazer compras.