António Costa afirma que não teve qualquer intenção de defender o Bloco Central como forma de governo e que apenas quis elogiar a liderança de Mário Soares enquanto primeiro-ministro entre 1983 e 1985.
A dúvida surgiu numa passagem de um discurso, ontem à noite, no jantar de Natal do Grupo Parlamentar socialista.
Esta tarde, no final de uma audiência com Cavaco Silva, para apresentar cumprimentos depois da eleição como líder do PS, António Costa foi «forçado» a explicar-se. O líder socialista insistiu hoje que o melhor para o país é uma maioria do PS nas legislativas de 2015, considerando que o próximo Governo deve ser «uma escolha direta dos portugueses» e não resultar de um «jogo partidário».
«O país na situação em que está não pode arrastar-se meses na incerteza de qual é a forma de Governo que vai ter, os portugueses não devem desperdiçar a oportunidade de serem eles a escolher o Governo que vão ter e não deixarem isso ao jogo partidário, deve ser uma escolha direta dos portugueses e é desejável que assim seja, por isso o nosso objetivo é que haja uma maioria», afirmou o secretário-geral socialista.
Aludindo à sua intervenção na terça-feira, num jantar com o grupo parlamentar do PS, António Costa disse que se terá expressado mal ou sido «mal compreendido» sobre a fórmula política do Governo do Bloco Central, reiterando que apenas elogiou o exemplo de Mário Soares «e não propriamente essa fórmula de Governo em concreto».