O Grupo de Robótica do Departamento de Eletrónica Industrial da Universidade do Minho (UM), em Guimarães, decidiu adaptar brinquedos usados para poderem ser distribuídos este Natal por crianças com necessidades especiais.
Nas últimas duas semanas, os cerca de 70 brinquedos eletrónicos recolhidos estiveram a ser adaptados por alunos e docentes do curso no laboratório de robótica, entretanto transformado numa espécie de oficina do Pai Natal.
A ideia surgiu há uns anos quando Fernando Ribeiro, professor do Departamento de Eletrónica Industrial da UM constatou as dificuldades de um amigo, pai de uma criança com necessidades especiais, que lhe pediu que adaptasse alguns brinquedos. «A partir daí decidimos adaptar brinquedos para mais crianças», recorda.
Nos primeiros anos os brinquedos eram oferecidos por uma empresa, que abandonou a iniciativa nos últimos dois anos. «Este ano decidimos fazer mas de maneira diferente, pedindo brinquedos à comunidade. Recolhemos cerca de 70, reparamos os que necessitavam de reparação e adaptámo-los para crianças com necessidades especiais. São brinquedos usados mas que estão em perfeitas condições de funcionamento», explicou Fernando Ribeiro.
O docente promete repetir a iniciativa «enquanto houve brinquedos e crianças», elogiando o interesse e o empenho dos alunos.
«É uma felicidade podermos ajudar as crianças e ver a reação delas, ainda que implique algum cansaço após muitas horas de trabalho», salienta Hélder Ribeiro, um dos alunos que colaborou na adaptação dos brinquedos.
Na maioria dos casos, esta operação de adaptação é simples, com a ligação de um adaptador ao sistema eletrónico, e é a única forma de se criar um método universal para crianças com e sem deficiências poderem utilizar o mesmo brinquedo.
«Estes brinquedos são geralmente acionados a partir de botões muito pequenos na parte inferior, sendo preciso um adulto para os acionar e mostrar à criança as luzes ou os sons que eles produzem. Desta forma, após a adaptação, mesmo as crianças com limitações mais profundas conseguem, com um movimento de cabeça ou com um pé, por exemplo, ligar o brinquedo, aumentando drasticamente a sua motivação», sublinhou Raquel Cunha, terapeuta ocupacional.
Os brinquedos adaptados já foram entregues em escolas do primeiro ciclo do distrito de Braga, ficando à disposição dos alunos com necessidades especiais.