Educação

Prova de avaliação mobiliza professore

Global Imagens/Filipe Amorim

Quase três mil professores contratados devem fazer hoje a prova de avaliação docente, um exame que motivou a convocação de concentrações de professores e de uma greve, para a qual os sindicatos esperam uma adesão «muito significativa».

2863 candidatos. É este o número de professores inscritos para a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos. Para contestar a sua realização, a Fenprof e outras seis organizações sindicais marcaram para hoje uma greve que abrange os docentes convocados para vigiarem as provas.

Mário Nogueira espera uma adesão muito significativa ao protesto. O secretário-geral da Federação Nacional de Professores responde, ainda, ao Movimento Boicote e Cerco, que esteve na origem de protestos que inviabilizaram a realização da PACC em algumas escolas na primeira edição da prova e está a preparar agora concentrações de professores à porta das escolas.

Mário Nogueira demarca-se de eventuais cenas violentas que possam ocorrer, quer partam do Ministério da Educação, da polícia ou de outras pessoas» e diz que «não faz sentido convocar outro tipo de greve. É um protesto contra a prova por isso o pré aviso só abrange quem está de serviço prova» respondendo à crítica de o pré-aviso de greve apenas abranger os professores que estarão na vigilância das provas.

No pré-aviso de greve entregue, as organizações sindicais classificaram a prova como «uma praxe injustificável a que o MEC continua a querer submeter os docentes e a profissão».

O Movimento Boicote&Cerco também tem planos para hoje. «Estamos a mobilizar muitos colegas e a apelar a que se concentrem à porta das escolas onde vai decorrer a PACC, possivelmente numa escola por cidade ou região» refere André Pestana que não afasta a possibilidade de em algumas escolas os professores tentarem impedir a realização da prova, algo que será decidido pelos professores no momento.

As concentrações estão marcadas para as 13h30m, uma hora antes daquela em que os professores inscritos têm de se apresentar nas escolas para realizar a prova, agendada para as 15:00 de hoje, em cerca de 80 escolas de todo o país.

O presidente da Associação Nacional dos Professores Contratados (ANVPC), César Paulo também espera uma forte adesão porque «os professores têm de perceber que a luta não está ganha».

A associação acredita que este é um momento para o MEC reconsiderar e retirar a exigência da prova aos professores contratados do Estatuto da Carreira Docente.

E acredita também que se não o fizer, a PACC «acabará por morrer», uma vez que, depois de 13 mil inscritos na primeira edição, este ano há menos de três mil inscritos.

A prova destina-se a professores contratados com menos de cinco anos de serviço e é condição necessária para se poderem candidatar a um lugar nas escolas.