A organização do concurso Miss Mundo decidiu acabar com a prova de biquíni que existia há 63 anos. A medida pretende relevar para segundo plano certos atributos físicos em prol do empenho das candidatas em projetos sociais.
Julia Morley herdou do marido, falecido em 2000, a organização do concurso Miss Mundo. Foi ela quem tomou a decisão de acabar com a prova de biquíni, de acordo com a ABC News.
Numa entrevista à revista de moda Elle, Morley explicou que «ver as mulheres apenas a andar para cima e para baixo em biquínis não faz nada em prol da mulher. E não faz nada para nenhum de nós».
Julia Morley acrescentou «eu não me importo se uma candidata tem um peito maior do que outra. Nós realmente não olhamos para isso. Nós queremos é ouvir o que elas têm para dizer».
A edição mundial de 2014, realizada em Londres no último dia 14, foi a última onde as candidatas desfilaram com as duas peças de roupa.
A medida está a ser bem aceite pelos organizadores do concurso. Henrique Fontes, diretor executivo do Miss Mundo Brasil e do Mister Brasil, afirma que o assunto já estava a ser ponderado há alguns anos.
O concurso Miss Mundo foi criado em 1951, em Londres, como um festival de biquíni. Até 1975, a vencedora era coroada em traje de banho. Em 1976, a jamaicana Cindy Breakspeare foi a primeira Miss Mundo a ser coroada em traje de gala.
Depois de uma polémica no desfile de biquíni na edição de 1996, na Índia, o concurso deixou de apresentar esta prova no dia da final e em direto. As candidatas passaram a ser pontuadas à porta fechada e só apareciam imagens realizadas em praias e pontos turísticos dos países acolhedores da prova.
Em 2003 foi criada a prova preliminar "Beach Beauty", que selecionava as semifinalistas. Em 2011, a competição passou a apenas valer pontos e dois anos depois, em Bali, passou a se chamar "Beach Fashion", já que as candidatas tiveram que desfilar com um traje tradicional à volta da cintura.
Em 2015 acaba de vez o biquíni.