O desafio foi lançado por Marques Guedes na semana passada, para que os diversos partidos com assento parlamentar sugerissem contributos para melhorar o programa dos vistos dourados. Ferro Rodrigues acusa o governo de falta de coerência.
O líder parlamentar socialista diz que antes de alterar a lei, primeiro é preciso esperar pelas conclusões do inquérito lançado pela nova Ministra da Administração Interna.
Na prática, o PS não vai indicar qualquer interlocutor para tratar desta matéria, como pedia o governo.
A carta de Marques Guedes chegou no dia 10, e dois dias depois, há precisamente uma semana, Ferro Rodrigues respondia. Na carta a que a TSF teve acesso, o líder parlamentar socialista reafirma a preocupação com a forma como o programa dos vistos dourados foi gerido.
Deixa claro que é preciso que as suspeitas de corrupção sejam provadas, e estranha que Marques Guedes ignore e não refira, o inquérito lançado pela ministra da administração interna.
Ferro Rodrigues sublinha que de um governo espera-se unidade e coerência na acção, e que lhe parece prudente aguardar as conclusões do inquérito à atribuição dos vistos dourados pelo SEF, antes de o governo «atropeladamente» querer já tirar conclusões no domínio de alterações ao programa.
Na carta do líder parlamentar socialista fica claro que o PS discorda de um programa cujas regras devem ser reparadas e corrigidas.
Quanto à forma dessas eventuais alterações, os socialistas defendem que, se o Parlamento tiver que intervir, deve fazê-lo de maneira formal nos termos constitucionais e regimentais, transparentemente, no âmbito de um processo legislativo normal.
A carta termina com Ferro Rodrigues a escrever que «ao nível da Assembleia da República, o PS não deixará de exercer as suas competências conforme achar mais adequado ao interesse nacional nos termos constitucionais e regimentais.