A Associação de Defesa do Consumidor elogia o facto de algumas escolas começaram a ensinar Educação Financeira no próximo ano letivo, mas avisa que é necessário dar uma componente real ao ensino da disciplina.
No próximo ano letivo arranca um um projeto piloto em algumas escolas do 1º ciclo. O Ministério da Educação e Ciência (MEC), o Banco de Portugal (BdP) e várias associações do setor finaceiro assinaramesta sexta-feira um protocolo que prevê a criação de materiais didáticos para ensinar os alunos mais pequenos a lidar com o dinheiro.
Fora deste acordo ficou a DECO - Associação de Defesa do Consumidor - mas o diretor da revista "Dinheiro e Direitos" disse à TSF que está disponível para colaborar no projeto. No entanto, Pedro Moreira defende que deve haver cuidado com os métodos de ensino e a Educação Financeira tem de ser uma disciplina natural e com ligação prática à vida.
«Desde pequenino, a gestão da mesada, a questão dos primeiros passos, sabemos que hoje em dia cada vez mais as crianças condicionam o consumo, há uma pressão para a compra, e todas essas questões fazem parte de uma cultura financeira que é importante», afirma.
Pedro Moreira acrescenta que para uma geração de alunos mais velhos seria relevante ensinar também «todo um funcionamento da economia» que incluisse «toda a interação do mercado de capitais e da gestão das poupanças para permitir rentabilizar e no futuro permitir melhores condições de vida na reforma ou em momentos adversos».
O diretor da revista "Dinheiro e Direitos" sublinha ainda que é muito importante evitar erros do passado: «Basta recordarmos os anos de euforia que vivemos há uns anos em termos da concessão de crédito para depois verificarmos que muita gente não estava preparada para lidar com situações adversas e com a dimensão do drama que nós conhecemos hoje».