Os comerciantes de Lisboa e do Porto acreditam que as grandes empresas, com mais poder de negociação com os fornecedores, vão definir as novas épocas de preços baixos. Este domingo arranca a última época oficial de saldos.
Começa no domingo a última época oficial de saldos, mas os comerciantes garantem que a palavra saldos vai continuar a existir nas montras, sobretudo depois do Natal. As associações que representam os pequenos lojistas contestam também a lei aprovada pelo Governo em novembro e dizem que apenas vai ajudar as grandes empresas.
À TSF, o presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, Nuno Camilo, fala mesmo em «estrangulamento financeiro» das pequenas e médias empresas pois, na prática, serão os grandes grupos a definir as futuras 'épocas' de saldos.
As grandes marcas têm mais poder de negociação com os fornecedores o que lhes permite estar regularmente com a palavra 'saldos' nas montras ou folhetos promocionais. O representante dos lojistas diz que «as outras empresas vão ser obrigadas a acompanhar esses preços, muitas vezes com grandes prejuízos».
Os últimos saldos oficiais de inverno começam no domingo e prolongam-se até 28 de fevereiro. Depois, a palavra saldos pode ser usada pelas lojas em qualquer altura.
A União das Associações de Comércio e Serviços, através da presidente, Carla Salsinha, admite que as "promoções" já existem com frequências quase todo o ano. Contudo, salienta que os saldos são algo diferente e estão «enraizados» na cabeça dos portugueses como a altura em que «vão comprar as coisas a um preço bombástico».
Uma «tradição» que leva a representante dos comerciantes de Lisboa a dizer que os saldos de inverno, por exemplo, devem continuar a existir, pois muitas pessoas estão habituadas a guardar algum dinheiro para aproveitar as baixas de preços depois do Natal, sobretudo na roupa e no calçado que já hoje são as áreas que mais vezes usam a palavra saldos.
Quanto aos saldos de verão, Carla Salsinha acredita que estes se vão dissipar, aos poucos, durante todo ano, de acordo com as necessidades financeiras e os produtos que as empresas têm para venda nos armazéns.