A Coreia do Sul considerou hoje «significativas» as declarações do líder norte-coreano Kim Jong-Un que apelou a uma melhoria das relações entre os dois países e manifestou abertura para conversações «ao mais alto nível» com Seul.
«O nosso governo espera que Coreia do Sul e do Norte dialoguem num futuro próximo, sem mais demoras», informou o ministro da Unificação da Coreia do Sul, Ryoo Kihl-Jae.
O responsável defendeu que quaisquer conversações entre os dois países devem abordar de forma «prática e franca» os temas de interesse mútuo.
Seul congratulou-se com a abertura «significativa» da Coreia do Norte, que surge depois de a presidente Park Geun-Hye ter repetidamente mostrado a sua disponibilidade para dialogar com Jong-Un, defendendo porém que aquele país deve tomar medidas tangíveis de abandono do seu programa nuclear.
As declarações de Kim Jong-Un foram feitas na sua tradicional mensagem de ano novo e abriram o caminho para o primeiro encontro entre os líderes dos dois países, desde a cimeira de 2007 em Pyongyang.
«Dependendo das circunstâncias a serem criadas, não temos razões para não manter conversações do mais alto nível» entre os dois países, frisou o líder norte-coreano.
No seu discurso, Jong-Un exortou os Estados Unidos da América a realizarem uma «mudança ousada» na sua política com a Coreia do Norte e criticou Washington por liderar uma campanha internacional contra a situação dos direitos humanos naquele país.
Para Jong-Un «os EUA e os seus seguidores» estão a promover esta campanha pelos direitos humanos porque os seus «esquemas» para acabar com o programa nuclear norte-coreano e para «asfixiar» o país saíram gorados.
Do lado dos EUA, um porta-voz do departamento do Estado afirmou que o país «apoia a melhoria de relações inter-coreanas».
A última ronda de conversações de alto nível entre as duas coreias ocorreu em fevereiro de 2014 e terminou com uma reunião, na Coreia do Norte, de familiares separados pela guerra coreana entre 1950 e 1953.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra depois de o conflito que as opôs (1950-53) ter terminado com a assinatura de um armistício nunca substituído por um tratado de paz definitivo.