Numa entrevista à France Inter, o presidente francês considerou que esse custo levou ao aparecimento de algum radicalismo de esquerda.
François Hollande falou em forças de esquerda e vozes radicais, mas não quis precisar, garantindo apenas que foi este o preço que a Grécia e a Espanha tiveram de pagar para se manterem no euro. O presidente francês acrescentou ainda que o fenómeno decorreu das políticas de austeridade adotadas na Europa.
O presidente francês não referiu nenhum partido político em concreto e nas respostas relativas à Grécia teve até particular cuidado.
O país escolhe um novo governo, no final do mês, e por isso Hollande, evitou defender qualquer opção de voto garantindo apenas que a Grécia é livre de escolher de forma soberana o seu executivo.
Sobre as recentes declarações de Angela Merkel, relativamente à possível saída dos gregos da moeda única, Hollande respondeu mais uma vez que cabe à Grécia decidir e recusou especular sobre o que aconteceria, caso, como indicam as sondagens, a coligação de esquerda radical Syriza, ganhasse as eleições.
Durante a entrevista à France Inter, o presidente francês defendeu que a Europa não pode ser identificada com austeridade e por isso lembrou que desde 2012, ano em que chegou ao Eliseu, deu prioridade a políticas de crescimento sem que isso o impedisse de adotar medidas para reduzir o défice público. O chefe de estado reconheceu, no entanto, que a França não cumpriu a 100 por cento as regras em matéria orçamental .