Portugal

Lajes: Trabalhadores rejeitam reformas antecipadas

A Comissão Representativa dos Trabalhadores portugueses da Base das Lajes salientou hoje que um programa de reformas antecipadas não resolveria a situação da maior parte dos funcionários que os Estados Unidos pretendem despedir ainda este ano.

«Podendo ser a solução para alguns, não será com certeza uma solução que satisfaça a grandeza desta redução. Portanto, esta não poderá ser vista como uma solução para este processo. Poderá ser uma das medidas para atenuar o impacto trágico que poderá daí advir», frisou o presidente da CRT, Bruno Nogueira, à saída de uma reunião com o presidente do Governo Regional dos Açores, em Angra do Heroísmo.

Os Estados Unidos da América anunciaram uma redução gradual dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes de 900 para 400 pessoas até ao outono e os civis e militares norte-americanos vão passar de 650 para 165.

Bruno Nogueira disse não conhecer o número de trabalhadores portugueses nas Lajes em condições de antecipar a reforma, explicando que «este estudo nunca chegou a ser feito" e que "terá de ser feito pelos norte-americanos por razões legais».

Ainda assim, o representante dos trabalhadores disse não acreditar que neste momento exista um «número significativo» de funcionários que pudesse aceder a essa via.

«Com as alterações que têm sido feitas no sistema de reformas português, este é um processo que está cada vez menos atrativo e cada vez temos menos colegas interessados nesta solução», frisou.

O presidente da CRT reiterou que os trabalhadores vão redobrar as conversações para tentar demonstrar «a todos os níveis aquilo que está a acontecer e porque é que não é uma boa resolução».

«O nosso dever é não baixar os braços, continuar a lutar e acreditar até ao último momento que ainda podemos fazer algo mais, mesmo que não seja o reverso deste processo, pelo menos atenuar ao máximo e garantir que há algum tipo de conforto para aqueles trabalhadores que neste momento não têm qualquer tipo de resposta», adiantou.