A Entidade Reguladora da Saúde divulgou, esta manhã, um parecer onde dá conta de várias decisões tomadas no último trimestre de 2014. Os casos mencionados resultam de denúncias feitas por utentes, que se queixaram de dificuldades de acesso aos cuidados de saúde.
Quase um ano depois, a Entidade Reguladora da Saúde concluiu que houve, por parte do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, uma violação do direito de acesso no caso do jovem de 20 anos que sofreu um acidente em Chaves, mas foi transferido para Torres Novas, a 400 quilómetros, e depois até ao hospital Santa Maria, em Lisboa.
No documento a ERS nota também que o Hospital Santo António, que integra o Centro Hospitalar do Norte, no Porto, ao alegar que não tinha vaga para receber o doente, criou um obstáculo aos cuidados de que o utente precisava.
Quando ao CODU, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes, não coordenou como devia, a transferência do jovem.
Por tudo isto, a Entidade Reguladora da Saúde abriu um processo ao Centro hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e também ao Centro Hospitalar do Porto. Foi, ainda, aberta instrução ao Centro hospitalar Lisboa Norte, que inclui os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, por constrangimento no acesso de um utente às urgências.
Os centros hospitalares de Lisboa Central e o Hospital Particular do Algarve foram também alvo da Entidade Reguladora da Saúde, por uma cirurgia na qual não foram corretamente aplicados os mecanismos do SIGIC, o programa para os doentes que esperam uma operação.
O Centro Hospitalar de Lisboa Central é visado noutro caso, em que foi diagnosticado um cancro em estado avançado a um doente, quando afinal o exame pertencia a outra pessoa.
O mesmo problema, um exame errado, levou a ERS a abrir instrução ao Hospital Amadora-Sintra. Aqui, uma doente foi internada, fez uma punção lombar e foi tratada, por um problema que não tinha. Até porque nem sequer tinha feito o exame médico que lhe foi atribuído.