A antiga diretora financeira do BES revelou hoje que não imaginava que as contas estavam adulteradas mas garante que Ricardo Salgado estava par de tudo o que se passava no grupo e que foi ele um dos intervenientes no negócio entre a Rioforte e a PT que gerou um desentendimento entre as duas instituições.
A antiga diretora financeira do Banco Espírito Santo revelou esta terça-feira, na comissão de inquérito ao caso BES, que houve um desentendimento no negócio entre a PT e a Rioforte. De acordo com Isabel Almeida, Ricardo Salgado e o administrador financeiro Amílcar Morais Pires queriam que a PT investisse na Rioforte por 12 meses, mas as contas da PT foram outras.
«A informação que tínhamos, quer o CFO da Rioforte quer eu própria, que nos foi transmitido pelo dr. Morais Pires e pelo dr. Ricardo Ssalgado, era de que a aplicação da PT seria a um ano. Porém, quando as instruções vieram, vieram como sendo uma aplicação a três meses. Porque havia esta diferença, confrontámos e formos informados que a PT não poderia fazer a um ano, que faria só a três meses», explicou.
A decisão de investimento da PT na Rioforte foi tomada «ao mais alto nível» de ambos os lados «porque sei que o dr. Ricardo Salgao esteve envolvido e creio que o dr. Morais Pires também esteve envolvido», acrescentou.
Isabel Almeida é arguida num inquérito movido pelo Ministério Público e, por isso, tem recusado responder a algumas perguntas evocando o segredo de Justiça. Não quis falar, por exemplo, da Eurofin nem sobre as emissões de papel comercial.
Garante, no entanto, que Ricardo Salgado sabia de tudo o que de mais importante se passava no grupo, incluindo a emissão de papel comercial da Espírito Santo International (ESI) e da Rioforte.
A antiga diretora financeira do Banco Espírito Santo confessou ainda esta tarde que ficou surpreendida com o colapso do Império Espírito Santo.