Um dos três acusados de incendiar a loja de móveis Conforama, em Vila Nova de Gaia, foi hoje condenado a três anos e seis de prisão efetiva, tendo os outros sido absolvidos por falta de provas.
O coletivo de juízes tem a «certeza» que o jovem de 20 anos, ora condenado, participou no incêndio à loja comercial pelas declarações da então namorada, com quem trocou mensagens e imagens do crime, e pelas impressões digitais que apareceram no carro utilizado.
Os três homens vinham acusados de assaltar e incendiar as instalações da loja Conforama, na madrugada de 12 de fevereiro de 2014, tendo as chamas colocado em perigo as habitações existentes nas traseiras das instalações, obrigando à evacuação de três casas.
Apesar de considerar que o crime foi cometido por mais do que uma pessoa, o coletivo de juízes absolveu os outros dois arguidos por não ter conseguido provar o seu envolvimento.
A juíza presidente referiu que o jovem condenado já tem antecedentes criminais - nomeadamente por posse ilegal de arma e ofensas à integridade física - e, ao cometer este crime, mostrou «desprezo» pela vida humana e pelo património.
«O arguido tem um comportamento à margem da sociedade, nunca teve a preocupação de trabalhar e aos 16 anos saiu de casa para viver na rua e em casas de amigos, dedicando-se a atividades ilícitas», frisou a magistrada judicial.
Por estes motivos, a juíza acredita que aplicar-lhe uma pena de prisão, suspensa na sua execução, não seria suficiente para o desviar dos atuais «maus caminhos». Assim, espera que a "estada" na prisão lhe sirva para adotar uma «conduta correta» e aprenda a viver de acordo com as regras da sociedade porque ainda é «muito jovem».
A advogada de defesa, Cristina Moreira, disse aos jornalistas só decidir se recorre da decisão judicial, após a ler e analisar. «Não estava à espera deste desfecho», disse. Na sua opinião, o facto do carro usado no assalto da loja comercial ter as impressões digitais do arguido condenado não significa que ele tenha provocado o incêndio.
Os advogados dos outros dois arguidos absolvidos, que continuarão em prisão preventiva no âmbito de outros processos criminais, não quiseram prestar declarações.
O valor dos prejuízos reportado ao valor dos bens que se encontravam para venda nas instalações da Conforama foi de 1,5 milhões de euros. A reconstrução da loja, que reabriu no passado mês de novembro, custou nove milhões de euros.