A Comissão de Trabalhadores da Portugal Telecom solicitou, «com caráter de urgência», reuniões ao presidente da empresa e ao ministro da Economia para analisar a situação na companhia e tentar alcançar um «acordo social».
Em comunicado enviado às redações, a CT informa que decidiu pedir estas reuniões «no seguimento de informação relevante divulgada na quinta-feira pela Portugal Telecom SGPS (PT SGPS) [...] para analisar a situação da empresa, as informações tornadas públicas, a intervenção da CMVM e a assembleia de acionistas que vai ser retomada no próximo dia 22 de janeiro».
A PT SGPS divulgou na quinta-feira à noite informação aos acionistas, que tinha sido pedida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para esclarecer os acionistas até à assembleia-geral de 22 de janeiro, na qual será votada a venda da PT Portugal, atualmente nas mãos da Oi, aos franceses da Altice. Na informação disponibilizada, a empresa divulgou pareceres jurídicos, feitos a seu pedido, os quais consideram que a Oi não pode vender a PT Portugal à luz dos contratos realizados entre as duas empresas e sugerem a realização de uma nova reunião magna para a eventual alteração dos contratos existentes com a operadora brasileira. No documento, a PT SGPS considera que caso não seja aprovada a venda da PT Portugal na reunião da próxima semana, isso "não invalida" que o ativo seja vendido no futuro.
Entretanto, durante o dia de hoje, a Oi considerou que a venda da PT Portugal é o melhor para todos os acionistas e sublinhou que não há incumprimento nos termos da fusão e relativamente à alienação daquele ativo.
No entender dos representantes dos trabalhadores, «é imprescindível e fundamental, para concretizar a defesa dos interesses dos trabalhadores da PT Portugal, o esclarecimento da informação entretanto divulgada pela PT SGPS para responder às exigências da CMVM».
À semelhança de um memorando assinado hoje entre o Ministério da Economia e os nove sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, os representantes dos funcionários da PT afirmam estar «muito empenhados em conseguir [...] um acordo social subscrito pelo Governo, pelos acionistas da PT Portugal e pela Comissão de Trabalhadores da PT».
Os representantes dos trabalhadores esperam alcançar um acordo que «garanta a estabilidade da empresa por um largo período de tempo, mantendo a PT Portugal como uma referência nacional de telecomunicações e os seus centros de decisão em Portugal» e que «assuma o compromisso de garantir os postos de trabalho». Querem, igualmente, ver assegurados o pagamento das prestações de suspensão de contrato de pré-reforma, os complementos de reforma e dos planos de saúde.