Narciso Miranda foi absolvido, mas o processo pode não ter terminado. A absolvição explica-se com uma omissão na acusação do Ministério Público: não referiu que a Associação de Socorros Mútuos de S. Mamede de Infesta é uma instituição de utilidade pública, registada na Segurança Social. Sem este facto não possível equiparar Narciso Miranda a funcionário público e por consequência a condenação por crime de participação económica em negócio.
Os factos relativos a um desfalque no valor de 17 mil e 500 euros foram dados como provados, mas a condenação de Narciso Miranda só poderá acontecer num novo processo instaurado pelo Ministério Público,.
Artur Marques, advogado do ex-autarca, acredita que isto não irá acontecer.
Narciso Miranda foi absolvido dos crimes de abuso de confiança, simulação de crime, peculato e participação económica em negócio. Satisfeito, à saída do Tribunal de Matosinhos, Narciso Miranda disse sentir-se «um homem livre, sério e consciente. Lamento que se tenha gasto tanto tempo e dinheiro com um processo deste género. Algumas pessoas ficaram tristes, mas é a lei da vida».
Uma das filhas de Narciso Miranda e um ex-sócio desta também eram arguidos no processo por, alegadamente, terem participado no esquema que lesou a Associação de Socorros Mútuos de S. Mamede Infesta. Adriana Miranda foi absolvida, o ex-sócio, Paulo Ferreira, foi condenado a uma pena suspensa de 16 meses, por uma crime de falsificação.