As listas de espera para cirurgias foram camufladas no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, do qual fazem parte os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja. Para evitar o pagamento de intervenções cirúrgicas às unidades privadas, estas eram marcadas e adiadas. O hospital diz que nenhum doente foi prejudicado. O Ministério da Saúde garante estar atento.
Os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, reunidos no Centro hospitalar do Baixo Vouga, estão a atrasar as operações aos doentes com a marcação de cirurgias fictícias. As operações são reagendadas e consecutivamente adiadas, e há casos em que os doentes nem sequer sabem que têm cirurgias agendadas.
O esquema está na edição de hoje do Jornal de Notícias (JN) que chegou a falar com familiares de doentes que testemunham a situação. Uma fonte do Centro Hospitalar do Baixo Vouga explica ao JN que estes hospitais não engrossam a lista de espera de cirurgias ao mesmo tempo que evitam despesas ao não enviar os doentes para fazerem operações noutros hospitais, que normalmente são unidades do setor privado.
No âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, as intervenções são pagas pelos hospitais de origem dos doentes, por isso ao evitar esta despesa o Centro Hospitalar do Baixo Vouga poupa na fatura e ao mesmo tempo não é penalizado pelo governo.
Num comunicado enviado ao Jornal de Notícias a administração destes hospitais confirma que «foi objeto, há um ano, de uma auditoria externa que concluiu pela existência de irregularidades que foram sanadas». Os responsáveis do centro hospitalar garantem, ainda, que os cancelamentos verificados «nunca prejudicaram nenhum doente».
Contactado pela TSF, o ministro da Saúde garante que está a acompanhar a situação no Centro Hospitalar do Baixo Vouga depois de ter recebido queixas dos médicos.