Portugal

Funicular e elevador vão facilitar acessos à Graça, Mouraria e Sé de Lisboa

Miradouro do Castelo de São Jorge Global Imagens/Carlos Manuel Martins

A Câmara de Lisboa vai discutir na quarta-feira a instalação de um funicular, de escadas rolantes e de um elevador para facilitar os acessos à Graça, à Mouraria e à Sé, respetivamente, tanto para residentes como para visitantes.

Para a concretização do projeto, o executivo municipal (de maioria socialista) terá de aprovar a realização de estudos relativos à instalação daqueles meios mecânicos de mobilidade, inseridos no Plano de Acessibilidade Suave e Assistida à Colina do Castelo, iniciado em 2009.

De acordo com a documentação anexa à proposta, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o primeiro percurso diz respeito à zona da Graça e centra-se na criação de um funicular, que ligará a Rua dos Lagares e a Calçada da Graça. A criação deste equipamento, com capacidade para 15 pessoas, tem um custo estimado de 1.726.500 euros.

O funicular estará interligado com o elétrico 12, que sobe o Martim Moniz pela Calçada de Santo André até à Sé, passando pela Rua dos Lagares.

O segundo percurso visa a criação de três lanços de escadas rolantes na Mouraria, entre o Martim Moniz e a Rua Marquês da Ponte de Lima. Prevê também uma escada provisória de madeira, junto à cerca Fernandina, e a reabertura de uma escada de acesso ao Castelo, através da Rua da Costa do Castelo. O custo total da empreitada é de 789.200 euros.

Já o terceiro percurso centra-se num elevador que ligará o Campo das Cebolas à Sé de Lisboa, com capacidade para 12 passageiros, e que estará interligado com infraestruturas a serem criadas pela autarquia, como a nova gare marítima. A obra tem um custo total estimado de 617.500 euros.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, disse que este projeto será um «elemento muito importante na melhoria da acessibilidade na freguesia, tanto para turistas, para visitantes nacionais, como pessoas que ali moram».

Para Miguel Coelho, estas infraestruturas serão «muito benéficas» para os fregueses mais idosos que queiram aceder, por exemplo, à zona alta da Mouraria e à Sé. Quanto aos turistas, «reparamos que alguns ainda se perdem no caminho para o Castelo de São Jorge», assinalou.

O autarca disse ter ficado com a ideia, em reuniões com a Câmara, «de que o concurso [para iniciar as obras] irá ser lançado ainda este ano».

De acordo com a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, estas infraestruturas visam «atenuar as barreiras impostas pela topografia do terreno e pelas características do tecido urbano desta área histórica e que se constituem como fatores de exclusão social e de isolamento territorial».

Acresce que «uma das ações previstas nas Grandes Opções do Plano para 2015/2018 para os bairros históricos é a de prosseguir com a requalificação das ruas da Mouraria, do Castelo e Alfama, executando o projeto de percursos pedonais assistidos com recurso a meios mecânicos para vencer os declives mais acentuados».

Após a realização destes estudos, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) terá de emitir um parecer favorável.