A Agência Europeia do Medicamento recomenda que seja suspensa a distribuição de dezenas de genéricos depois de terem sido detetadas irregularidades nos ensaios clínicos. O Infarmed promete reagir esta manhã a esta recomendação, pode estar em causa a venda de sessenta genéricos.
Na recomendação da Agência Europeia do Medicamento estão em causa, analgésicos, anti-histaminicos, anti-depressivos ou anti-ácidos, medicamentos contra a hipertensão ou contra a demência, são alguns dos exemplos que fazem parte de uma lista
de 700 que levantam duvidas à agência europeia. Foram todos produzidos pela empresa indiana GVK Biosciences.
A agência europeia do medicamento descobriu problemas graves nos testes clínicos da GVK e por isso, recomendou a suspensão dos medicamentos.
Na recomendação - com data de 23 de janeiro - escreve-se que só devem manter-se à venda, aqueles que sejam decisivos para os doentes, por não existir alternativa. e mesmo nestes casos, deve haver vigilância apertada. No prazo de um ano, os laboratórios têm de fornecer à agência europeia, informação adicional.
Na origem da recomendação, está um pedido de França, depois de encontradas falhas em estudos sobre genéricos. A Autoridade Europeia analisou cerca de mil medicamentos - todos sujeitos a ensaios clínicos feitos pela GVK, na Índia. Apenas trezentos passaram nos testes que verificam se o
genérico é tão seguro e eficaz como o de marca.
Em Espanha, o ministério da saúde ordenou a suspensão imediata de 29 genéricos, que vão continuar a ser vendidos nas farmácias, mas a distribuição está suspensa.
Em Portugal, contactado pela TSF, o Infarmed ainda não respondeu, mas numa circular da passada sexta-feira, a Autoridade nacional do medicamento diz que está a acompanhar a matéria, prometendo divulgar as informações pertinentes, como é o caso da decisão da Comissão Europeia.