Ciência e Tecnologia

Universidade de Aveiro cria bengala que deteta obstáculos

TSF/ Miguel Midões

A Universidade de Aveiro criou uma bengala para invisuais, que através de ultrassons deteta buracos e desníveis no solo. O projeto foi desenvolvido no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, em resposta ao desafio, lançado pela Associação Promotora do Ensino de Cegos.

O objetivo é evitar acidentes com consequências graves, associando a utilização da bengala normal às novas tecnologias.

O investigador José Vieira explica que se trata de um apoio para situações de perigo, como buracos no chão. «Por exemplo, há umas obras, abrem uma vala e metem os ferros com a fita branca e vermelha, impossível de ver para os cegos, que acabam por entrar nos buracos».

A bengala é o objeto mais utilizado por quem não vê. Por isso, o pretendido era que, esta nova tecnologia colmatasse as limitações da bengala normal, mas que, ao mesmo tempo, fosse fácil de utilizar.

O maior desafio foi a questão do dinheiro. Custos com material e o preço final a pagar por cada cego devia ser o mais pequeno possível. «Tentámos que a tecnologia fosse do mais baixo custo possível, mas isso criou muitas restrições no desenvolvimento da bengala. Podemos fazê-las mais sofisticadas, mas era preciso que fosse de baixo preço, eficaz e leve», argumenta.

Esta nova bengala é um avanço tecnológico e José Vieira explica que «tem um sensor de ultrassons, tem dois recetores, e o que faz é detetar buracos e desníveis. Se o cego não se conseguir aperceber do buraco, o detetor de ultrassons faz esse serviço e provoca vibração no punho».

A bengala já foi testada durante um mês com um dos funcionários invisuais da Universidade de Aveiro.