O antigo Presidente da Tranquilidade e primo de Ricardo Salgado confirmou esta tarde que a companhia de seguros financiou o Grupo Espírito Santo no ano passado com cerca de 150 milhões de euros.
Pedro Brito e Cunha explicou que autorizou esses financiamentos porque não previa a falência do império Espírito Santo e porque achava que eram operações de risco reduzido e de curto prazo.
A exposição, indicou o responsável na comissão de inquérito ao BES e ao GES, resultava de quatro empréstimos e da compra de papel comercial do grupo, tudo conduzido entre maio e junho de 2014.
«O acionista estava a pedir uma ajuda e essa ajuda interessava à Tranquilidade porque era bem remunerado e com muito baixo risco. Não havia razões nenhumas para duvidar do acionista», sublinhou Pedro Brito e Cunha, antigo presidente da comissão executiva da Tranquilidade, do grupo GES, em resposta a uma pergunta da deputada do CDS-PP Teresa Anjinho.
Brito e Cunha dispensou fazer uma exposição inicial perante os parlamentares, prática recorrente nos ouvidos na comissão, e está desde as 17:30, sensivelmente, a responder a questões, cabendo o primeiro bloco ao CDS-PP.
Atualmente, o responsável está na reforma, tendo saído da Tranquilidade em janeiro deste ano.
A 15 de janeiro, o Novo Banco anunciou a conclusão da venda da Tranquilidade aos norte-americanos da Apollo «na sequência da obtenção das devidas aprovações regulatórias e do levantamento da providência cautelar que havia sido decretada pelo Tribunal da Relação de Lisboa».
O negócio fixou-se em 215 milhões de euros, dos quais 50 milhões de euros em dinheiro e mais de 150 milhões de euros garantidos para reforçar os capitais da instituição.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades"