Economia

Bruxelas atenta a possível fusão entre BPI e BCP

Margrethe Vestager Epa/Olivier Hoslet

A comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, diz que não há nenhuma regra de princípio que impeça uma empresa com ajuda do Estado de se fundir com outra empresa.

A comissária europeia recusa-se para já a comentar o caso concreto da possível fusão do BCP com o BPI, mas explica que a análise é sempre feita caso a caso, dependendo, por um lado, da fase em que está a empresa que recebeu ajuda do Estado e, sobretudo, se a empresa apresenta viabilidade.

«Caro que olharemos com muita atenção para este processo, se chegarmos a fazer o controlo dessa fusão», disse.

O BCP ainda não devolveu todo o dinheiro emprestado pelo Estado e está a ser alvo de um programa de reestruturação no âmbito do resgate da troika.

Em relação à potencial presença dominante do capital angolano no sistema bancário português, a comissária ressalva que não discrimina a nacionalidade dos proprietários de nenhuma empresa.

Margrethe Vestager diz que a única preocupação da Comissão Europeia prende-se com a concorrência. «Em geral, não fazemos discriminação entre proprietários de empresas. Não conheço o caso em questão, que não foi ainda notificado, mas a questão da não-discriminação é importante. O que nos preocupa é se existe ou não concorrência, tanto no sector financeiro como na indústria do chocolate ou em qualquer outra», afirmou.