Reintrodução na natureza da espécie que esteve extinta em Portugal está a correr melhor que o previsto. Quinto e sexto animais chegam hoje a Mértola. Atropelamentos são o maior risco.
Chegam esta quarta-feira a Mértola, no Alentejo, mais dois linces ibéricos para serem libertados na natureza. Desde a semana passada que existem quatro linces em liberdade total.
Os primeiros dois animais a chegar em dezembro a Mértola, Jacarandá e Kathmandu, deixaram no início de fevereiro o cercado de vários hectares onde foram inicialmente colocados. Kayakweru e Kempo chegaram logo a seguir e saíram do cercado durante a semana passada. Os novos linces que chegam hoje a Mértola são o macho Louro e a fêmea Liberdade, nome escolhido através de uma votação entre quem vive em Mértola.
O diretor do departamento de Conservação da Natureza do Alentejo, Pedro Rocha, explica que os animais já soltos estão a ter um comportamento bom e está tudo a correr melhor do que o previsto. O responsável conta que os sinais transmitidos pelos GPS colocados nas coleiras revelaram há dias um contacto entre os dois machos que, ao contrário do que seria de esperar, não entraram em confronto.
Os linces soltos andam agora a definir e a marcar aquele que será o seu território e o macho Kempo já teve mesmo de atravessar uma estrada. Com cada vez mais animais desta espécie em liberdade total, os carros são a maior ameaça contra os linces. Em Espanha já apareceram vários atropelados, um sinal que põe em alerta o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A partir de agora a tendência é para que os linces se afastem da zona cercada onde foram colocados nos primeiros tempos em Mértola.