Cerca de um mês depois da última reunião da comissão bilateral permanente entre Portugal e os EUA que discutiu a redução do contingente militar e civil norte-americano na Base das Lajes, o presidente do Governo Regional dos Açores mostra-se preocupado com os sinais vindos dos Estados Unidos.
Perante os deputados da comissão de Negócios Estrangeiros, no Parlamento, Vasco Cordeiro voltou a pedir ao Governo português que tenha uma reação «firme e veemente» nesta matéria e que tome uma posição clara para impedir que o assunto se arraste sem qualquer solução à vista.
O presidente do Governo Regional dos Açores considerou que a decisão dos Estados Unidos sobre a sua retirada da Base das Lajes «foi infeliz» e afirmou que o que está em causa é a «dignidade» na relação entre Portugal e os EUA.
Vasco Cordeiro, que voltou hoje a dizer que a forma como Portugal foi tratado em todo o processo «não é aceitável» diz, no entanto, que não defende o fim das relações diplomáticas com os EUA. «Continuamos amigos, mas talvez não visitemos as casas uns dos outros», declarou.
Ainda assim, o governante sublinha que o país deve enviar a mensagem de desagrado ao congresso norte-americano.
Na comissão, Vasco Cordeiro disse ainda que, no âmbito das negociações, não se opõe ao reforço de outras áreas, como a indústria ou a investigação e desenvolvimento no setor da Defesa.
O presidente do Governo Regional considera, no entanto, que não se pode tratar a questão da redução da presença norte-americana como um sistema de trocas. Vasco Cordeiro diz mesmo que, enquanto o assunto não ficar completamente resolvido, deve condicionar as relações entre os dois países.