O Conselho de Ministros vai aprovar esta quinta-feira um plano estratégico que visa ajudar os emigrantes e os lusodescendentes que querem regressar a Portugal. O programa inclui medidas que incentivam o empreendedorismo.
Chama-se "VEM". A conjugação do verbo vir, neste caso, é a sigla que denomina o programa Valorização do Empreendedorismo Emigrante.
O Governo quer promover o regresso a Portugal dos emigrantes e lusodescendentes. Para isso, aprova hoje, em Conselho de Ministros, um pacote de medidas que incentivam este fluxo e que ajudam os interessados em estabelecerem-se no país com os seus próprios negócios.
Entre estas medidas incluem-se, por exemplo, apoios às empresas que contratem portugueses que se encontram no estrangeiro, em situação de desemprego. A criação de empresas também será fomentada. O empreendedorismo é outra faceta deste programa com a disponibilização de vários incentivos.
À TSF, o secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, referiu que numa primeira fase esperam que sejam apoiados entre 30 a 40 projetos.
Ainda sem orçamento e também sem regulamento, o programa vai ser amplamente divulgado no estrangeiro. Pedro Lomba explica que é preciso manter os laços e o fluxo de informação com a comunidade emigrante.
Para atrair emigrantes, o Governo vai ainda promover estágios para os portugueses inscritos nos centros de desemprego no estrangeiro.
Paulo Pisco, deputado socialista eleito pelo círculo da emigração, observa este programa quase como uma ofensa. Para o PS, o Governo teve grande responsabilidade ao incentivar os jovens a saírem do país, mas não está a saber atraí-los de volta. O PS considera, por isso, que este pacote de medidas é mais um sinal de eleitoralismo por parte do Governo.
Escutado também no Fórum da TSF, o deputado social-democrata Carlos Gonçalves, eleito pelo círculo da emigração, admitiu que o programa para atrair o regresso de emigrantes é simbólico, mas não é por isso que deixa de ser importante.
João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio, é da opinião que o programa "VEM" é mais um conjunto de boas intenções do que um conjunto de medidas eficazes.