No jantar que encerrou o primeiro dia das jornadas parlamentares do PS, em Leça da Palmeira, António Costa evocou as vitórias de Soares, Guterres e Sócrates e disse que é preciso «travar o radicalismo» do Governo que ofende a «dignidade da pessoa humana».
Primeiro, Costa lembrou o papel que o PS teve há 40 anos, no pós 25 de Abril, e como conseguiu travar as «tentações totalitárias».
Depois, fez um paralelismo com o momento atual: «Mais uma vez, temos que travar este radicalismo, agora de sinal contrário, mas que está a por em causa valores fundamentais da nossa vida em sociedade».
Costa salvaguarda que «não está a liberdade e a democracia em causa», mas deixa a convicção: «Todos os dias nos deparamos com novas ofensas à dignidade da pessoa humana».
«A dignidade de pessoa humana tem que estar primeiro» - o líder socialista repetiu a expressão, deu o exemplo do Rendimento Social de Inserção, elogiando a medida criada por Ferro Rodrigues.
E a Guterres foi buscar uma citação: «Nem as pessoas são números nem os problemas são palavras».
Se o discurso exaltou a vitória de Soares há 40 anos, também não se esqueceu da de Guterres, nem mesmo da de Sócrates.
«Faz agora 10 anos que o PS ganhou com maioria absoluta, faz 20 anos que António Guterres ganhou as primeiras eleições legislativas e faz 40 anos que o PS teve a primeira vitória de sempre nas primeiras eleições livres que se realizaram em Portugal», resumiu o líder socialista.
Agora, assegura, o partido está «unido para travar a próxima batalha». Garantia de Costa, satisfeito por, diz ele, ter sido percebido. «É a vantagem de ter falado português e de ter percebido que uma pessoa, quando se quer fazer entender, nunca deve falar em mandarim»: a piada servia de aperitivo a um jantar... bem português.