Fez o que tinha planeado, mas os planos saíram furados. Kubra saiu à rua, em Cabul, com uma peça simbólica. O ato audaz não foi consensual.
Kubra Khademi é uma artista afegã que decidiu fazer uma manifestação original. Nas ruas de Cabul quis chamar a atenção para o assédio sexual que as mulheres afegãs enfrentam.
Conseguiu, sem dúvida, dar nas vistas. Mas o modelo que utilizou desviou-a do objetivo. Kubra saiu vestida com uma armadura de ferro, em forma de body, com a zona do peito e das nádegas exagerada.
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O plano era andar nas ruas da capital afegã durante dez minutos. Não conseguiu. Um grupo de homens impediu Kubra de circular em Cabul, conta a BBC. Acabou por ser forçada a voltar para o seu carro por uma multidão de homens enfurecidos ao fim de oito minutos de protesto.
No passado dia 8, Dia Internacional da Mulher, a Amnistia Internacional (AI) sublinhava a ameaça de um retrocesso em questões de defesa dos direitos humanos, no feminino.
Num relatório divulgado nesse dia, a AI alertava para as mulheres que em todo o mundo continuam a ser discriminadas. Deu, então, o exemplo do que se passa em várias zonas de conflito, tal como acontece no Afeganistão, onde há uma escalada da violência contra as mulheres.
Nestes países, lhes negada a igualdade de acesso à participação na vida pública e política e sofrem ainda violência baseada no género e abuso sexual em locais públicos e em casa, enquanto as mulheres defensoras dos direitos humanos frequentemente enfrentam ameaças, intimidações, ataques e, algumas vezes, pagam com a própria vida pelo esforço de promoção da igualdade de género.
Desta vez foi a luta contra o assédio sexual que fez mais uma "vítima".