Quando levantou voo pela primeira vez, no início da década de 50, a enorme aeronave Tupolev Tu-95 era o maior símbolo do poder militar soviético. Conhecida por "Urso", tem 46 metros e de comprimento e pesa 90 toneladas.
Poucas pessoas acreditariam que, quase 60 anos depois, este aparelho ainda estaria na linha de frente da frota russa, atuando como um bombardeiro estratégico ou fazendo o patrulhamento de plataformas de petróleo marítimas.
Outra função do Tu-95, curiosamente, é a de avião espião, ainda que seja o mais barulhento do mundo nessa categoria.
Andrei Tupolev era o principal designer de grandes aviões da antiga União Soviética, um engenheiro que acabou preso durante o regime de Estaline.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, Andrei Tupolev ajudou a criar o primeiro bombardeiro nuclear soviético, o Tu-4, ou "Touro".
Tratava-se de uma cópia do Boeing B-29 Superfortress, o avião que lançou as duas bombas atómicas sobre o Japão. Apesar disso, o Tu-4 não tinha alcance para chegar aos Estados Unidos a partir das bases soviéticas. Em 1952, Tupolev e outro importante designer aeronáutico da época, Vladimir Myasishchev, receberam a encomenda de projetar um bombardeiro capaz de carregar 11 toneladas de ogivas por 8 mil quilômetros, o suficiente para atingir o coração do território americano.
Conceberam o Tu-95, uma aeronave gigantesca: tem 46 metros de comprimento. Vazio, o avião pesa 90 toneladas e é movido por quatro enormes turboélices. O "Urso" tem oito conjuntos de hélices. Força suficiente para que consiga alcançar mais de 800 km/h, velocidade quase semelhante à atingida por jatos comerciais modernos.
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O Tu-95 é considerado o avião mais barulhento ainda em serviço no mundo - dizem que até submarinos americanos conseguem "ouvi-los".
O design inteligente deste avião foi aperfeiçoado ao longo do tempo.
O Tu-126, ou "Musgo", é uma versões mais modificadas. Tornou-se a primeira plataforma de controlo aéreo da União Soviética, tinha um radar voador que alertava sempre aeronaves inimigas se aproximavam. O "Urso" também uma versão para a aviação civil, que até hoje mantém o recorde mundial de velocidade para um avião turboélice: 870 km/h, marcados em 1960.
Dos mais de 500 "Ursos" construídos desde a década de 50, acredita-se que pelo menos 55 ainda estão a serviço da Força Aérea russa, enquanto vários modelos para patrulhamento marítimo fazem parte das frotas das Marinhas da Rússia e da Índia.