Marcelo Rebelo de Sousa criticou, este domingo, no habitual comentário semanal na TVI, a atuação do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e do Governo em geral durante todo o caso sobre a alegada lista VIP de contribuintes.
«O secretário de Estado fica feliz por dizer que não sabia de nada, mas devia saber», afirmou o comentador, acrescentando que «isto é política» e não uma mera questão técnica. No entanto, Marcelo não considera que a demissão de Paulo Núncio tenha qualquer relevância. «Ele pode ficar no Governo. Ele vale zero em termos de autoridade política», criticou o antigo líder do PSD.
Para além de criticar Núncio, o professor considera que o Governo em geral não tem estado bem neste caso e afirmou mesmo que «não há razões para confiar na máquina fiscal» quando se sabe que «houve quem tivesse acedido ilegalmente, sem haver fundamento para isso, aparentemente» aos dados fiscais de Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva e outros responsáveis políticos nacionais. «Isto é muito grave», rematou.
Sobre a criação de uma alegada lista ou pacote VIP de contribuintes, Marcelo considera «impensável que a máquina fiscal possa tomar iniciativas à margem de quem tem competência para isso, que é o poder político». Para o comentador, «alguém, em autogestão, dentro da máquina fiscal, concebeu um sistema», o que desautoriza o Governo e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.