Política

Madeira: Jardim vota «obviamente» em Albuquerque, que não o convidou para a campanha

João Alexandre

Depois de quase duas semanas em que esteve fora da campanha de Miguel Albuquerque, Alberto João Jardim foi figura de destaque no último dia. E garantiu que o voto vai mesmo para o novo presidente do PSD: «Obviamente que sim, é uma pergunta que nem se faz».

Mais um voto para o que Jardim defende ser o objetivo «maioria absoluta», na qual tem «interesse». O ainda presidente do Governo regional explica porquê: «Eu saio, a transição termina com maioria outra vez e aí, sim, eu posso dizer que o meu trabalho está feito».

No Caniçal, durante a inauguração de um navio de pesca do atum, em mais uma das mais de 4 mil inaugurações em perto quatro décadas de liderança, Jardim usa uma frase conhecida para justificar o facto de só aparecer no último dia de campanha: «A casamentos e batizados só se vai quando se é convidado».

O antigo líder do PSD Madeira deixa claro a ausência do convite por parte de Miguel Albuquerque e da estrutura do PSD regional para participar nas ações de campanha, mas acrescenta: «Ninguém me convidou para a campanha, mas eu dei a saber que não estava cá».

Jardim entende ainda que a campanha não foi suficientemente esclarecedora, notando que «não se tocaram os grandes temas», como a «posição de Portugal na Europa e no mundo; a questão da autonomia, sendo que ou temos maior autonomia ou a situação mantém-se colonial; e a dívida pública da Madeira, que é o resultado do direito que os madeirenses tiveram de se desenvolver».

Sobre a saída da liderança do partido, Jardim garante: «PSD, partido e organização em si, não vou ter saudades». E depois de domingo? «Se calhar vou andar por aí a ver as obras que fiz porque não as conheci».

Ao fim de quase 40 anos de governação, Alberto João Jardim mostra-se satisfeito com o desfecho: «Estou numa boa, escolhi o momento de sair, saio como quero». E «livre» para «dizer e defender certas coisas».

João Alexandre