Economia

Oposição diz que números do desemprego são alerta para Governo

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O PS considerou hoje que o agravamento do desemprego em fevereiro representa um «alerta sério» sobre a possibilidade de permanência de um desemprego estrutural elevado. O PCP diz que a tendência de aumento é «inequívoca». O Bloco de Esquerda diz que «os cofres estão cheios é de desemprego».

O PS, pela voz da vice-presidente da bancada Inês de Medeiros, considera que «os números do INE são obviamente uma má notícia. São um alerta muito sério e um doloroso desmentido ao discurso do Governo de autoproclamação e de autopromoção».

Perante os dados do INE, Inês de Medeiros considerou que «ninguém se pode regozijar com uma subida do desemprego» em Portugal e advertiu que «não vale a pena começarem-se já a ensaiar nuances» sobre o significado destes indicadores.

«Não podemos contornar os números, porque há uma subida do desemprego, e o facto de Portugal ter voltado a ultrapassar a barreira psicológica dos 14% mostra bem que não houve qualquer tipo de reforma estrutural no mercado de trabalho. A evolução do mercado de trabalho esteve e está totalmente dependente da política orçamental do Governo. Ou seja, assim que o Governo deixou de apoiar o trabalho precário para o Estado, verifica-se que a curva do desemprego inverte-se e volta a subir», sustentou a vice-presidente da bancada do PS.

Para o PCP, a tendência de aumento do desemprego é «inequívoca», sublinhando que desde setembro o número de portugueses sem emprego não para de aumentar.

«Apesar do já de si elevadíssimo nível atingido pelo desemprego em Portugal, desde setembro passado o desemprego não para de crescer, atingindo em fevereiro os 14,1%, 719.600 estavam no desemprego em fevereiro», disse José Lourenço, da comissão de atividades económicas do PCP. Por outro lado, entre setembro de 2014 e fevereiro deste ano, «foram destruídos cerca de 56 mil empregos em Portugal».

«É inequívoca esta tendência, o desemprego está a aumentar, por muito que isso custe ouvir ao Governo e a destruição de emprego não para de aumentar, esta é uma informação inequívoca dos dados hoje divulgados pelo INE [Instituto Nacional de Estatística]», frisou.

Já o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) considera que os mais recentes dados do INE põem em causa a «narrativa do Governo» e mostram que «os cofres estão cheios é de desemprego».

Pedro Filipe Soares diz que os 12 mil novos desempregados de fevereiro indica que «continua a não haver oportunidades nesta economia» e que é preciso «arrepiar caminho para lá deste Governo» para «romper com a austeridade».

Quanto à evolução da taxa de desemprego em relação ao ano anterior, o líder parlamentar do BE disse que está «ligeiramente abaixo, é verdade», mas desvalorizou essa descida: «Os dados da emigração demonstram que não foi pela criação de emprego, mas sim pela saída das pessoas das estatísticas, e particularmente pela saída das pessoas do país. Por isso, não há motivos de alegria».