A historiadora britânica de arte Penelope Curtis, 53 anos, vai assumir a direção do Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a partir do outono deste ano, anunciou hoje a Fundação Calouste Gulbenkian.
Penelope Curtis, atual diretora da galeria Tate Britain, em Londres, cargo que iniciou em abril de 2010, foi escolhida pelo júri de um concurso internacional, que a Gulbenkian lançou em novembro do ano passado.
A historiadora, especialista em escultura histórica e contemporânea, vai suceder a João Castel-Branco Pereira, 68 anos, que foi diretor do Museu Calouste Gulbenkian entre 2008 e 2014, altura em que anunciou a aposentação.
De acordo com um comunicado da Fundação Gulbenkian, a historiadora de arte foi escolhida entre cerca de três dezenas de candidatos.
Numa declaração divulgada pela Gulbenkian sobre a escolha, Penelope Curtis diz sentir-se «entusiasmada por ser a primeira estrangeira a assumir o cargo de diretora do Museu Calouste Gulbenkian». Acrescenta que também se sente atraída «pela possibilidade de trabalhar em Portugal, numa instituição forte que procura novos caminhos».
«Desejo manter tudo o que é bom no Museu Gulbenkian, que eu admiro profundamente, e, ao mesmo tempo, trabalhar para que aproveite o seu potencial e o seu contexto, de uma forma mais abrangente, especialmente na relação com o Centro de Arte Moderna», disse.
Sobre esta escolha, o presidente do conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, sublinha, no comunicado da fundação: «A visão e a autoridade curatorial de Penelope Curtis, assim como a sua elevada qualidade intelectual, ajudarão a abrir um novo ciclo na vida do Museu Calouste Gulbenkian, reforçando a sua dimensão internacional e a sua capacidade de intensificar colaborações com grandes museus de todo o mundo, por exemplo com a Tate, que tem sido, desde cedo, um parceiro próximo e construtivo».
Inaugurado em 1969, o edifício sede da Fundação Calouste Gulbenkian, onde está instalado o Museu, foi distinguido com o Prémio Valmor, em 1975, e classificado Monumento Nacional, em 2010. Acolhe um acervo revelador do gosto colecionista do fundador arménio, Calouste Gulbenkian, com obras que vão desde a arte oriental e clássica, arte egípcia, greco-romana, da Mesopotâmia, do Oriente Islâmico, Arménia e extremo oriente.
Também possui obras de arte europeia do século XI até meados do século XX, com núcleos dedicados ao livro, à escultura, à pintura e às artes decorativas, esta última com especial destaque para a arte francesa do século XVIII, e para a obra do criador de joias René Lalique.