A CP classificou hoje de «leviana» a decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social de não determinar quaisquer serviços mínimos durante a greve dos revisores da empresa, marcada para 2 e 6 de abril.
Em comunicado hoje divulgado, a CP afirma que «a decisão do Tribunal Arbitral é leviana, na medida em que denota um notório desprezo pelo direito de milhares de portugueses ao serviço público de transportes na altura em que ele é mais necessário».
Segundo a empresa,«"esta decisão assenta em pressupostos errados, uma vez que é tradicional a indisponibilidade de meios alternativos de transporte nesta quadra da Páscoa em que a reunião das famílias é um hábito generalizado».
Para a CP, a inexistência de serviços mínimos «é ainda particularmente grave porque não tem paralelo, na prática, com circunstâncias semelhantes noutros países da União Europeia e é irresponsável por colocar em causa o caráter de serviço público do transporte ferroviário em Portugal».
Na segunda-feira, o Tribunal Arbitral decidiu que durante a greve dos revisores da CP todos os comboios que iniciem marcha terão de chegar ao seu destino e terão de ser assegurados os comboios de socorro. A decisão do Tribunal Arbitral, que prevê ainda o estacionamento dos comboios em condições de segurança, surge em resposta ao pedido da empresa de definição de serviços mínimos.
Os árbitros que emitiram o acórdão consideraram que a greve dos revisores, embora cause prejuízos aos utentes da CP, não reúne «os pressupostos indispensáveis para a imposição de serviços mínimos de tipo percentual aos grevistas, no que diz respeito ao transporte de passageiros».
Na sequência desta decisão, e num aviso aos passageiros ao qual a Lusa teve acesso, a CP afirmou na segunda-feira que as greves de trabalhadores vão causar fortes perturbações na circulação de comboios, entre 2 e 6 de abril, alertando para atrasos e supressões na noite de dia 1 e na manhã de dia 7.