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TAP/Privatização: Governo deve manter informação confidencial

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O presidente da comissão especial de acompanhamento da privatização da TAP, João Cantiga Esteves, defendeu hoje que a divulgação de informação sobre a companhia pode ser prejudicial, dando razão ao Governo que tem recusado fornecer elementos pedidos pelo PS.

«A divulgação de informação sobre a privatização da TAP pode prejudicar a companhia e o processo em curso», afirmou João Cantiga Esteves, em resposta às questões do deputado socialista Rui Paulo Figueiredo, na comissão de Economia e Obras Públicas.

José Morais Cabral, que também integra a comissão, lembrou que «a TAP vive um momento angustiante» devido aos problemas de tesouraria, sendo necessário «ter cuidado para não ser devorada por abutres que cheguem e que retirem todo o valor de informação, ou seja, passar o ouro ao bandido».

Ainda assim, Cantiga Esteves garantiu que a comissão de acompanhamento da privatização da TAP «tem tido acesso a toda a informação disponível, mas este processo é muito sensível, atendendo à forte competitividade do setor da aviação».

«A informação detalhada sobre a empresa é material muito sensível, por isso, estamos totalmente de acordo com que muita informação se mantenha confidencial», concluiu.

O grupo parlamentar do PS requereu em fevereiro acesso às avaliações financeiras, prévias e independentes, realizadas ao grupo TAP e a todos os estudos que suportam a decisão do Governo de privatizar a companhia aérea nacional, mas o Governo recusou fornecer essa informação, considerando ser «inoportuno» proceder neste momento à divulgação da documentação devido à sua «natureza confidencial».

«Atendendo à fase em que se encontra o atual processo de reprivatização da TAP, a natureza confidencial da documentação solicitada e as consequências evidentes de uma eventual divulgação deste tipo de informação no contexto do processo de privatização, parece-nos inoportuno proceder neste momento a essa divulgação», lê-se na reposta do Ministério das Finanças aos pedidos de informação do PS.

Na sequência dessa recusa, o PS requereu a presença na comissão de Economia e Obras Públicas da comissão especial de acompanhamento, liderada pelo economista João Cantiga Esteves e integra ainda José Morais Cabral e Duarte Pitta Ferraz.