Saúde

INE: Atendimentos nas urgências dos hospitais privados quase duplicaram desde 2002

Tony Dias/ Global Imagens

Em 11 anos, em Portugal aumentou o número de hospitais privados e triplicaram as consultas externas e de meios complementares de diagnóstico nesses mesmos hospitais. O presidente da Fundação para a Saúde considera que os dados do INE provam que há uma degradação do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo dados comparativos do INE, enquanto em 2002 cerca de 70% dos 387 centros de saúde tinham SAP ou SUB, em 2012 esse número diminuiu para 24%.

O número de consultas também diminuiu: em 2012 os centros de saúde realizaram 26,3 milhões de consultas médicas, menos 2, 3 milhões do que em 2002, um decréscimo de 8,3%. No entanto, em 2013 existiam 226 hospitais em Portugal, um número que aumentou 6% em 11 anos graças ao aumento de hospitais privados: de 94 passaram para 107.

É nestas unidades de saúde privadas que se verifica também um aumento exponencial tanto no número de atendimentos na urgência, como nas consultas externas ou exames. Enquanto nos hospitais públicos tem diminuído essa procura, aumentou para o dobro a corrida às urgências nos privados, e para o triplo o número de consultas externas e de meios complementares de diagnóstico.

No entanto são os Hospitais Públicos que realizam três quartos das grandes e médias cirurgias em Portugal e é também lá que se verifica o maior número de internamentos: cerca de 80%.

Neste período de tempo, 11 anos, o número de médicos e enfermeiros subiu no País. Há mais 11 mil médicos e 24 mil enfermeiros.

O estudo do INE fala também nos óbitos em Portugal, salienta-se que em 2013, 29,5% das mortes no País foram causadas por doenças do aparelho circulatório, seguindo-se com 24, 3% os tumores malignos.

O presidente da Fundação para a Saúde considera que os dados do INE provam que há uma degradação do Serviço Nacional de Saúde. Constantino Saklarides considera que estes dados provam que há cada vez mais um desequilíbrio entre o setor privado e publico.

O presidente da Fundação para a Saúde defende ainda que se faça uma análise aprofundada

dos dados do INE.