O Sindicato dos Jogadores Profissionais de futebol (SJPF) pediu hoje aos jogadores para que exerçam os seus direitos, denunciando salários em atraso, a dois dias do segundo controlo financeiro às competições profissionais.
O presidente do sindicato, Joaquim Evangelista, quer colocar um ponto final naquilo que considera uma mentira. O controlo financeiro dos clubes profissionais de futebol não deve depender das declarações assinadas pelos jogadores, são os clubes que devem provar não existir salários em atraso.
«É tão evidente que as declarações têm este papel negativo, que é permitir que os clubes por essa via provem o que não conseguem provar pela via normal, quando tem que se pedir ao jogador para provar uma obrigação que é do clube, quando não se tem a capacidade para saber se o clube pagou ou não efetivamente, estamos a falar de uma mentira», disse.
Uma mentira que vai repetir-se, acredita Joaquim Evangelista, esta quarta-feira, em muitos casos. Quem não tiver os salários em dia, arrisca-se a perder entre dois a cinco pontos na classificação, mas o presidente do sindicato não se recorda de alguma vez ter sido aplicada essa sanção.
Evangelista defende que há que mudar o regulamento da Liga que está ilegal. O presidente do SJPF quer, por isso, reunir-se com o provedor de Justiça.
«Ainda esta semana vamos pedir uma audiência ao provedor de Justiça, entendemos que há uma violação de um direito constitucional, que é o direito ao salário, e a seguir vamos atacar a norma do ponto de vista legal, impedindo que se inverta o ônus da prova e se passe para o jogador a responsabilidade dos clubes em fazerem prova do salário», revelou.
Joaquim Evangelista apelou aos jogadores que não assinem as declarações se houver ordenados em dívida. O período em causa vai de 11 de novembro de 2014 a 10 de março de 2015.
Esta época, numa primeira fase, de acordo com Joaquim Evangelista, foram públicos os problemas com salários em clubes como Freamunde e Olhanense, e depois em Leixões, Beira-Mar e Académico de Viseu.