A associação de consumidores diz que preços não desceram 3 cêntimos como afirma o governo, mas apenas 1,5 cêntimos. E lamenta que a portaria sobre a identificação dos combustíveis só entre em vigor a 4 de maio, lançando a confusão entre quem abastece o carro.
A DECO acusa o governo de lançar a confusão nos consumidores de gasolina e gasóleo. No primeiro dia de obrigatoriedade dos combustíveis simples, sem aditivos, em todas as bombas, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor fala em falta de informação e diz que os preços desceram quase nada.
Ao todo, a DECO visitou 112 postos de abastecimento na quinta e sexta-feira e verificou que as descidas nos preços vão de 0 a 3 cêntimos, ficando, em média, nos 1,5 cêntimos (10 euros, por ano, para quem gasta um depósito por mês). A associação diz que, em média, a Cepsa baixou 1 cêntimo, a Galp 2 cêntimos e a BP 3 cêntimos. Na Repsol nada mudou de ontem para hoje.
Vítor Machado, diretor técnico da DECO, fala em desilusão e não percebe como é que o ministro da Energia concluiu hoje que a poupança para os consumidores ronda os 3 cêntimos.
Para além da fraca descida dos preços, a DECO lamenta que o governo se tenha atrasado a publicar a portaria que define como é que devem ser identificados os combustíveis simples e os aditivados. Na prática, nos postos de abastecimento a informação é escassa, confusa e, nalguns casos, nula.
Vítor Machado sublinha que estes elementos são fundamentais para uma escolha informada do consumidor, mas a portaria só entra em vigor a 4 de maio, pelo que até lá «teremos um cenário confuso para o consumidor, podendo existir situações em que não se percebe qual é a mangueira com combustível simples».
A DECO garante que na Repsol, por exemplo, nada mudou nesta sexta-feira: nem preços nem combustíveis identificados como simples. Contudo, a petrolífera não estará a violar a lei porque esta portaria só será obrigatória daqui a perto de duas semanas.